Ed. Hortência



Os moradores deste edifício me chamaram para ajudá-los na reforma do hall de entrada, portaria e gradil do prédio. Os principais objetivos eram:

 

- Valorizar a entrada do prédio

- Cobrir o trajeto do portão até o hall

- Mudar o local de acesso ao hall, que até então era bastante escondido

- Fazer um projeto de interiores do hall social.

 

A primeira alteração proposta foi a troca do gradil metálico pintado de cinza por gradil de vidro incolor. Como o prédio possui um grande jardim em seu afastamento frontal, este tipo de gradil vai valorizar a entrada não só pela leveza, mas também, por deixar o paisagismo em destaque.

Nos locais de acesso de pedestres e veículos, os portões em tela metálica serão substituídos por portões frisados em alumínio natural, que tem uma estética mais valorizada e também tem maior durabilidade, pelo fato de não exigirem manutenção de pintura.

 



O acesso do portão até o hall será coberto por pérgola metálica e telhado de vidro, não prejudicando a iluminação e ventilação do espaço.

O piso existente nesta circulação não atende às normas, uma vez que não é antiderrapante. Sendo assim, foi proposta a troca por um porcelanato com acabamento EXT, na cor nude, para dialogar com os revestimentos de fachada existentes.

Para marcar a nova entrada, a porta de acesso será maior que a existente e o piso em frente à  mesma será trocado por uma espécie de tapete em porcelanato de madeira (tipo deck).

É importante lembrar que os revestimentos de acabamento rugoso são mais difíceis de limpar, entretanto, evitam acidentes quando molhados.

 

 

No hall, a proposta minimalista busca gerar o impacto visual que os moradores solicitaram, sem onerar muito a montagem do ambiente. Na parede ao fundo, será feita a textura tipo Concreto da Suvinil. Este tipo de tratamento, apesar de cor neutra, valoriza a superfície e serve como plano de fundo perfeito para os quadros de fotografia em preto e branco que serão colocados.

As demais paredes serão pintadas com tinta branca, retirando a cor azul existente que é cansativa e muito marcante.

Os únicos mobiliários serão um recamier Barcelona e uma mesa lateral em madeira ebanizada. O uso de poucos móveis facilita a circulação, sem deixar de atender à uma demanda esporádica de ter um local para sentar e esperar a chegada de alguém. Suas linhas retas e contemporâneas, reforçam o caráter minimalista do ambiente.

 

Processo de criação - parte 2

Para quem viu meu último post - sobre processo de criação - e ficou curioso para ver o resultado deste projeto: aqui está!

 

As referências são baseadas em cores neutras, texturas naturais e uma estética mais limpa, deixando o ambiente aconchegante, sem que ele tenha muitos elementos.

O layout foi definido da seguinte forma: na recepção, um balcão em L para a secretária feito em MDF padrão madeirado e MDF revestido com laca branca. As cadeiras de madeira com encosto em palha e pé tipo palito já existiam no consultório e foram aproveitadas.

Na recepção, as paredes receberam tratamento para garantir um impacto visual logo na entrada: ao fundo do balcão, um painel em laca brilhante fendi possui recuo em laca branca - para destacar o letreiro cortado a laser em MDF - e esconde a porta pivotante que dá acesso ao consultório - na parede oposta, o espelho paginado garante a sensação de amplitude ao espaço e, por fim, na parede atrás das cadeiras, o revestimento em papel - com padronagem floral em tons pastéis - faz a conexão com o consultório, cuja parede de fundo foi revestida com o mesmo material.

No consultório, os mesmos tons prevaleceram, com marcenaria em MDF tipo freijó e laca branca. O papel de parede usado na recepção foi mantido, mantendo uma linguagem uniforme entre os dois ambientes.

O espaço de estar foi configurado pelo tapete e pela luminária de piso, criando um clima mais aconchegante (mais próximo de uma sala de estar), enquanto a mesa com cadeiras, se assimila mais a um escritório. Desta forma, o médico consegue flexibilidade na forma de atender seus pacientes.

Para valorizar a grande parede oposta ao papel floral, foi proposto um painel a meia altura em MDF revestido com laca fendi com recuo sueprior para apoiar quadros, gravuras e fotografias.

O mobiliário de linhas contemporâneas funciona como uma base neutra para o destaque destes poucos elementos decorativos, deixando o espaço acolhedor, sem ser muito carregado.

 

 

No lavado, uma pequena reforma garante a modernização do pequeno espaço. Atualmente, ele possui revestimento cerâmico em cores escuras, o que o deixa com a sensação de muito pequeno.

A troca do piso por mármore branco em grandes peças o deixa mais amplo, assim como o grande espelho sobre a cuba.

Para não onerar a reforma, as paredes serão revestidas com tecnocimento, deixando o ambiente com cara de lavabo - e não banheiro - e reforçando a sensação de espaço, em função da falta de rejunte do revestimento monolítoco.

 

E aí, gostaram?

Processo de criação

Olá pessoal!

 

Esta semana estou desenvolvendo um novo projeto e achei que seria interessante colocar aqui no blog um passo-a-passo do meu trabalho. Desta forma, vocês poderão conhecer melhor como nasce um projeto de arquitetura. Então vamos lá!

 

O primeiro contato com o cliente é feito através de uma visita ao local a ser remodelado, no intuito de conhecer o espaço e as demandas, idéias, limitações e expectativas do cliente e dos usuários. Nesta fase, é fundamental perguntar sobre cada detalhe para que o projeto seja mais acertivo em relação o que o cliente espera. Com base nestas informações, é possível elaborar um orçamento e, caso o mesmo seja aprovado, firma-se o contrato.

 

A partir deste momento, marca-se uma nova visita ao local para realização do levantamento fotográfico e de medidas. O levantamento deve ser bastante detalhado, inclusive com posição dos pontos elétricos, dimensionamento dos móveis e adornos existentes, registro fotográfico de cada detalhe do ambiente e anotações de peculiaridades, características e ítens relevantes do espaço, tais como iluminação, ventilação, conforto acústico, entre outros.

Neste momento, o levantamento de medidas é feito a mão e, em seguida, passado para o software Cad, servindo como base correta para o desenvolvimento dos desenhos técnicos.

Os registros fotográficos, por sua vez, também são de extrema importância para lembrarmos de detalhes durante o desenvolvimento do projeto e para termos um registro final do antes e depois da "obra".

 

LEVANTAMENTO DE MEDIDAS

 

LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

 

Após esta etapa, passa-se para o projeto em si. Primeiramente é definido o layout do ambiente (as vezes à mão, as vezes no computador) e, em seguida, é feita uma pesquisa de imagens para definição do conceito de projeto (cores, texturas, tipo de mobiliário... enfim, a "cara" que o projeto deverá ter).

 

Com base nestas informações, ergue-se um modelo 3D virtual básico, apenas com elemenos fixos (parede, janela, forro...) e, aos poucos, vai se criando os demais elementos (mobiliário, painéis, adornos, tapetes, iluminação...).

Esta é a etapa mais demorada, uma vez que envolve a criação. E nem sempre, a idéia surge rapidamente! O layout pode ser alterado inúmeras vezes nesta fase, fazendo um trabalho conjunto entre planta e perspectivas.

 

 

DEFINIÇÃO DE LAYOUT

 

 

PESQUISA DE REFERÊNCIAS

 

 

 

BASE DO MODELO 3D

 

 

Com o modelo 3D pronto, é só partir para a montagem da apresentação! Primeiramente, são definidas as vistas mais interessantes e depois montadas as pranchas que serão impressas.

 

Vale lembrar, que para esta apresentação contempla não só o projeto em si, mas todo o histórico de criação de layouts e pesquisa de referências, para que o cliente possa entender de onde veio cada idéia. No próximo post, vou mostrar como ficou este projeto que está sendo desenvolvido.

 

Viram? Um projeto de arquitetura não vem de uma idéia brilhante que temos como um estalo ou como uma lâmpada que se acente. Ele nasce de muita pesquisa, levantamento de dados e, é claro, um bocado de criação!

 

Espero que tenham gostado!